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3 de março de 2023Comitê do BC coloca no radar de riscos de crédito ‘casos pontuais em empresas de maior porte’
O Comitê de Estabilidade Financeira (Comef) do Banco Central incluiu entre os riscos ao mercado de crédito no País “casos pontuais” em grandes empresas em meio ao rombo bilionário da Americanas e a problemas em outras companhias varejistas.
Na 52ª reunião do comitê, que avalia as condições financeiras mais restritivas, os preços dos ativos e as expectativas quanto ao comportamento do mercado de crédito, o Comef considerou que o sistema financeiro está preparado para enfrentar a materialização de riscos. Além dos “casos pontuais” em grandes empresas, incluídos na reunião desta quinta-feira, já estavam no radar do BC operações de micro e pequenas empresas e linhas de maior risco para famílias.
“A materialização do risco de crédito tem-se dado nas operações com micro e pequenas empresas, nas linhas de maior risco concedidas a pessoas físicas, além de casos pontuais em empresas de maior porte”, disse o BC no comunicado. “As instituições financeiras mostram-se capazes de absorver a materialização do risco de crédito”, ponderou o BC.
Em entrevista ao Estadão, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, afirmou que a equipe econômica vai atuar para tentar evitar uma crise de crédito no País e dinamizar a economia para garantir o crescimento.
O Comef também afirmou, diante dos “eventos recentes que afetaram os prêmios de risco no mercado de capitais”, que está acompanhando a evolução do crédito amplo, que vai além do setor bancário e inclui títulos da dívida de empresas.
Segundo o colegiado, a carteira de crédito segue com retorno positivo, mas há desaceleração no crescimento do crédito nas diversas modalidades e uma deterioração nos preços dos ativos.
“Diante dos riscos relacionados à atividade econômica e à redução da renda disponível para o pagamento de dívidas das famílias, é importante que os bancos sigam preservando a qualidade das concessões.”
Mas, na avaliação do Comef, as provisões para perdas de crédito e os níveis de liquidez e de capital dos bancos se mantêm adequados. Além disso, a exposição do Sistema Financeiro Nacional (SFN) a flutuações financeiras que se originam no exterior é baixa diante da reduzida exposição cambial e da pequena dependência do funding externo
“Os bancos em geral mantêm voluntariamente capital e liquidez em níveis superiores aos requerimentos prudenciais. A suficiência do capital e liquidez é atestada por análises e testes de estresse.”
O comitê ainda repetiu que está atento à evolução dos cenários doméstico e internacional e segue preparado para atuar, “minimizando eventual contaminação desproporcional sobre os preços dos ativos locais”.
A Comef decidiu manter o Adicional Contracíclico de Capital Principal relativo ao Brasil (ACCPBrasil) em 0%. O ACCPBrasil é uma parcela do capital a ser acumulada na expansão do ciclo de crédito e consumida em sua contração.
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