SELIC IRÁ ATÉ 13,25%

BC aposta em efeito defasado de juros

O Copom sinalizou que ainda acredita em efeitos defasados da política monetária que possam levar a inflação à meta para 2023. Desta forma, a instituição aponta que o ciclo de altas da Selic pode estar perto do fim. A ata do último encontro do colegiado foi divulgada ontem e nela o BC indica que os efeitos da alta de juros ainda não foram completamente sentidos. Na última reunião, o Copom elevou a Selic para 12,75% ao ano e apontou para um provável ajuste menor para a próxima reunião.

De acordo com a ata, o BC já contempla integralmente 2023, adotando os próximos 9 meses como período relevante para que as políticas monetárias surtam efeito na economia. Como os ajustes econômicos começaram a pouco mais de um ano, os efeitos ainda podem impactar a economia mais à frente. Para 2022 e 2023 o BC espera uma evolução baixa do PIB. A autoridade monetária estima uma inflação de 3,4% para 2023, abaixo do projetado pelo boletim Focus, de 4,1%. A meta é de 3,25% com tolerância de 1,5 ponto. A ata destacou ainda que a inflação ao consumidor segue elevada e que as pressões inflacionárias globais se intensificaram.

Ata reforça percepção de que Selic irá até 13,25%

Com a divulgação da ata do Copom ontem, o BC reforçou as sinalizações de que a Selic deve ir a 13,25% ao ano em junho e que este pode ser o último aumento no ciclo. O mercado estima uma alta de 0,5 ponto para os juros. Economistas ouvidos pelo Valor apontam que ao comunicar que ainda espera por efeitos da política monetária o BC adotou uma posição mais “dovish”, com menos inclinação a um novo aperto financeiro. Para alguns economistas, o BC está mais aberto a perceber que o aperto foi forte demais e que isso pode acarretar em deterioração rápida da economia. Eles apontam que a ata do BC deixa a autoridade com mais flexibilidade para alterar o plano, caso haja mudanças no cenário econômico.

Fonte: Valor